4 de janeiro de 2015

Passagem das horas

É sempre mais doloroso para quem fica - você me disse um dia, em uma de nossas despedidas. Naquela vez, em especial, era você quem ficava enquanto eu seguia. Porém, na verdade, minha querida, para quem vai a dor também é intensa, entretanto, há as distrações efêmeras de cada novo tombadilho - solitário.




    Trago dentro do meu coração,
    Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
    Todos os lugares onde estive,
    Todos os portos a que cheguei,
    Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
    Ou de tombadilhos, sonhando,
    E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.