1 de abril de 2014

cachorro bobo

Settle down with me

Cover me up, cuddle me in
Lie down with me, yeah
And hold me in your arms
And your heart’s against my chest
Your lips pressed to my neck [...]
I’m in love now

-então... o que você pensou...
-é engraçado... eu estava lá tentando não tropeçar - você sabe bem que eu não sou a pessoa mais equilibrada do mundo - pensando em como não aparecer com aquela cara feliz, sorridente... como se eu não tivesse esperado o mês inteiro por aquele momento... estava realmente tentando me concentrar... em como fazer tudo apresentavelmente, sabe como é? chegar lá, esticar os braços, oferecer um aperto de mão e dizer: "olá, como vai?"... mas não, não foi bem assim... eu estava lá tentando concentrar, como já disse... tentando agilizar o caminho, pegando o taxi, conversando com o motorista, tentando me localizar e compreender aquele tanto de gente indo e vindo, suando por dentro daquela roupa tão inapropriada para aquela cidade quente, sabe, o rio de janeiro... tentando não trombar nas pessoas e andar rapidamente... tentando achá-la em algum lugar, que o número da rua aparecesse logo... mas ai... bem... ela apareceu há alguns metros de mim e eu tentei não sorrir muito, não parecer tão atrapalhada quanto sou... sabe, postura... mas e ai... bem... ela apareceu e me tirou a concentração... aquela camisa que usava destacou o seu rosto, o seu corpo... e eu só consegui sorrir e tentar abaixar o rosto para não parecer mais idiota do que um cachorro feliz... mas como poderia fazer? eu olhei para ela... e a camisa daquele jeito realçou ainda os seus olhos, os cabelos lisos - presos daquela maneira despretensiosa, mas que não, na verdade, tinham toda a pretensão possível - e eu só conseguia pensar "wow, como ela é bonita"... tentei também pensar em coisas inteligentes para dizer, tentei não gaguejar, tentei me desviar... me segurei ao máximo para simplesmente não dizer o quão bonita ela é... e em quanta saudade eu senti... fiquei lá falando, falando... falando como é bem típico da minha pessoa quando estou... bem, quando estou nervosa... com aquele frio na barriga de revê-la tanto tempo depois... sabe, pretendi ser uma pessoa racional... mas como poderia fazer isso enquanto aqueles olhos me fitavam, bravos e radiantes, quem sabe inquietos pela minha demora... aquele jeito conhecido, bravo, inquieto que quanto mais assim fica, sempre mais vontade de tê-la por perto eu sentia... ela que havia sido por valiosos meses a pessoa mais importante do mundo para mim (e talvez... bem).. mas eu não pude estender os braços e oferecer um aperto de mão... é não funcionou assim... ela se moveu em minha direção e antes que toda a racionalidade que tentei ensaiar pudesse aparecer... ela me abraçou... eu senti as pernas cederem, mas me mantive... concentração... sim, tem que manter a concentração... e eu tentei, bravamente... embora por dentro todas as minhas células sorriam como um cachorro bobo e feliz... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário